sábado, 11 de junio de 2011

Un artigo do jornal A Nova Democracia sobre o Dia da Héroicidade.

Publicado no jornal A Nova Democracia (Brasil), edição de junho de 2011




Datas memoráveis do proletariado
Perú

19 de junho: Dia da Heroicidade



Em 18 e 19 de junho de 1986, a história da luta de classes ficou marcada com sangue e chumbo. De um lado, cerca de 250 prisioneiras e prisioneiros de guerra — combatentes revolucionários do Partido Comunista do Peru (PCP) — insurgiram em rebelião nos presídios de Lurigancho, El Callao e na ilha de El Frontón, e impuseram feroz resistência aos bombardeios e balas assassinas ordenadas pelo governo fascista de Alan García.

Em 9 de maio de 1992, em novo e mais combativo enfrentamento no cárcere, após quatro dias de cerco e bombardeio coordenado pelas Forças Armadas reacionárias, tombaram dezenas de dirigentes e militantes do PCP, covardemante assassinados na prisão Miguel Castro Castro, em Lima.

As prisioneiras de guerra de Castro Castro ficaram mundialmente conhecidas após permitirem as filmagens do canal 4 de Londres nos pavilhões 4B e 1A, que transmitiu imagens das colunas de militantes uniformizadas com blusas e bonés verdes, lenço vermelho no punho, desfilando marcialmente diante dos cartazes de Marx, Engels, Lenin, Mao Tsetung e de Abimael Guzmán Reynoso, o Presidente Gonzalo.

A pérfida tentativa do fascista Estado peruano de promover um silencioso banho de sangue foi frustrada pela inarredável decisão desses homens e mulheres, que não se renderam ante as grades e à sangrenta repressão, convertendo os presídios em “luminosas trincheiras de combate”.

Uma resolução do PCP proclamou o 19 de junho como o Dia da Heroicidade, reconhecido por vários partidos revolucionários em todos os continentes.



Assim se portam os heróis da classe



Rebeca, Sara, ou mesmo Olga: assim era conhecida, entre seus camaradas de armas, a dirigente do Partido Comunista do Peru, Yovanka Pardavé Trujillo.

Jovem e intrépida presidente da Associação de Advogados Democráticos do Peru, uma organização de advogados combativos que se empenhavam na defesa dos lutadores do povo peruano nos anos de 1980.

Foi também dirigente do Socorro Popular do Peru, organismo gerado do PCP que reunia militantes revolucionários e familiares dos prisioneiros políticos, organizava o trabalho de solidariedade aos prisioneiros e suas famílias, as denúncias da terrível situação carcerária, além de empreender uma série de ações, inclusive armadas.

Capaz, extremamente dedicada e exímia organizadora, Yovanka Pardavé ocupou postos de direção da guerra popular. Foi membro do Comitê Central do PCP e suplente do Birô Político.

Na segunda metade dos anos de 1980, o PCP conquistou a simpatia do El Diario, um jornal diário tradicional peruano de propriedade da Isquierda Unida (partidos da esquerda revisionista). Desbancando as posições oportunistas, o El Diario tornou-se o mais formidável instrumento de propaganda revolucionária para dezenas e centenas de milhares de massas. O El Diario contava com uma equipe de redação, a maioria de seus membros não era comunista, eram jornalistas profissionais, alguns nutriam ideais democráticos. Mas contava com um sólido núcleo de militantes revolucionários inteiramente dedicados a esse trabalho, entre eles o seu diretor Luis Arce Borja*. Yovanka era o membro responsável do Comitê Central do PCP por dirigir o trabalho do El Diario, e mantinha o enlace de sua direção com a direção central do partido.

Detida pelas forças de inteligência do velho Estado peruano em 22 de junho de 1991, Yovanka Pardavé foi logo transferida para a penitenciária de Castro Castro.Apesar de poucos registros, todos os relatos referentes a Yovanka são relativos ao seu destemor frente ao inimigo de classe e sua firme decisão de dar a vida pela revolução. Era um sólido e inquebrantável quadro comunista.

Durante o ataque sanguinário das forças de repressão contra os prisioneiros de Castro Castro, Yovanka colocou-se à frente dos combates. Quando os canhões da reação rugiam diante dos prisioneiros, estes, por sua vez, cantavam A Internacional e mantinham-se em seus postos de combate. Quando os projéteis assassinos dos fuzis da reação dilaceravam os corpos dos prisioneiros, encontravam seus punhos cerrados.

Em um desses depoimentos sobre o papel de Yovanka na resistência de Castro Castro, há um que conta seus últimos momentos. No interior de um dos pavilhões, ela exortava seus camaradas a resistir até o fim: “Que cada comunista demonstre sua condição!... Sua condição!...” – teria dito antes de ser atingida por uma saraivada de projéteis.

No Dia da Heroicidade, os revolucionários de todo o mundo celebram Yovanka Pardavé e seus camaradas, sua ideologia e sua bravura!



* Devido ao seu corajoso trabalho, Luiz Arce Borja foi perseguido e condenado à prisão perpétua em seu país, condenação mantida até hoje, e se encontra exilado em Bruxelas, capital da Bélgica, de onde prosseguiu com a publicação de El Diario, só que como El Diario Internacional, abordando a política internacional e, em particular, a luta revolucionária dos povos no Peru e em outros países.

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