viernes, 30 de marzo de 2018

INDIA: Maoístas ejecutan a renegado en Dantewada.

 
 

correovermello-noticias
New Delhi, 29.03.18
La prensa india informa de la ejecución de un renegado del PCI (maoísta) que se integró en las fuerzas represivas.
Una unidad del EGPL de unos veinte combatientes lo localizó en la aldea de Muskel, distrito de Dantewada y procedió a su ejecución.
El Partido respeta a los antiguos combatientes que se retiran por cuestiones personales pero es implacable con los traidores al servicio de los reaccionarios.

miércoles, 28 de marzo de 2018

Estudar A Guerra Civil na França: Levantar alto a Bandeira Vermelha da Comuna de Paris. Núcleo de Estudos do marxismo-leninismo-maoismo, Brasil.


200 anos de Karl Marx

 
 

Estudar A Guerra Civil na França:
Levantar alto a Bandeira Vermelha da Comuna de Paris

Núcleo de Estudos do marxismo-leninismo-maoismo, Brasil


“O que é a Comuna, esta esfinge que atormenta o espíritos burgueses?
Karl Marx

Hoje, por ocasião do aniversário de 147 anos da heroica Comuna de Paris, e como parte da Campanha Mundial de celebração dos 200 anos de nascimento do Grande Karl Marx, publicamos o  este artigo. Nele  destacamos o significado e importância deste grande acontecimento histórico e a necessidade de se estudar, à luz do marxismo-leninismo-maoísmo, este imperecível documento do Movimento Comunista Internacional, A Guerra Civil na França do grande Karl Marx.

Em 18 de março de 1871, a Comuna de Paris, primeira tentativa do proletariado de assaltar os céus, deu origem à primeira república operária da história. Dez dias depois da insurreição popular, o novo governo revolucionário declarava a independência da Comuna em relação ao velho poder burguês sediado em Versalhes.

Foi o heroísmo dos comunardos que, sustentando durante 71 dias, em Paris, o Poder nas mãos das massas proletárias, fez a Humanidade conhecer uma nova forma de Estado: a ditadura do proletariado.

Apesar da gloriosa luta que os trabalhadores parisienses empreenderam de armas nas mãos na defesa do Poder Proletário, enfrentando a mais brutal e sanguinária contrarrevolução, foram derrotados pelas forças militares serviçais da burguesia, dos latifundiários, dos  especuladores da bolsa e de todo tipo de ladrões reunidos em Versalhes, que cercaram Paris e bombardearam-na impiedosamente, com o apoio das tropas prussianas.

O fim da Comuna de Paris em maio de 1871, longe de significar simplesmente uma derrota para a classe operária, foi um feito histórico de grande transcendência, que marcou para sempre a luta do proletariado internacional. A Comuna de Paris é o primeiro grande acontecimento do processo da Revolução Proletária Mundial e por isso, entorno da tomada de posição sobre ela e seu correto balanço, separam-se marxismo e revisionismo.

Coube à Marx, armado com a ideologia científica do proletariado, o materialismo histórico dialético, extrair os ensinamentos e o verdadeiro significado histórico desse grandioso acontecimento, expostos em seu célebre A Guerra Civil na França. Obra essa, escrita a pedido do Conselho Geral como convocação aos membros da Associação Internacional do Trabalho (AIT).

Na Introdução publicada em 1891, por ocasião dos vinte anos da Comuna de Paris, Engels, afirma que passadas duas décadas e com base em novas informações obtidas era necessário “completar um pouco” a exposição feita em Guerra Civil na França. Junto a essa importante Introdução, Engels também agrega os dois Manifestos do Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores – AIT, sobre a Guerra Franco-Prussiana. Os três documentos citados, disponíveis em praticamente todas as edições, devem ser estudados como parte de A Guerra Civil na França.

Um entusiasta da Comuna

Alguns meses antes da revolução em Paris, no outono de 1870, Marx havia advertido ao proletariado francês de que não deveria sublevar-se prematuramente, prevendo que esta fracassaria por não contar com um Partido Comunista que a dirija. Contudo quando a sublevação se produziu, Marx, tomando firme posição de classe, a apoiou incondicionalmente, saudou ao proletariado que havia ousado “assaltar os céus”.

“Quando a Comuna de Paris tomou em suas próprias mãos a direção da revolução, quando, pela primeira vez na história, simples operários se atreveram a violar o privilégio governamental de seus ‘superiores naturais’ (…) o velho mundo se retorceu em convulsões de raiva ante ao espetáculo da Bandeira Vermelha, símbolo da República do Trabalho, tremulando sobre o Hotel Le Ville”  (p.79 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Por meio de cartas e instruções verbais que transmitiam aos membros da AIT, Marx e Engels tratavam de orientar os comunardos, dando-lhes preciosos conselhos. Porém, suas indicações nem sempre chegavam oportunamente à Paris pois a cidade se encontrava submetida a um intenso cerco inimigo.

Além disso, os membros da Comuna, estavam divididos entre uma maioria de blanquistas que prevaleciam no Comitê Central da Guarda Nacional e uma minoria de membros da AIT, entre os quais prevaleciam os adeptos da Escola socialista de Proudhon. Engels aponta que coube aos proudhonianos a principal responsabilidade pelas medidas econômicas da Comuna, enquanto coube aos blanquistas a principal responsabilidade pelas medidas políticas.

“E, em ambos casos, a ironia da história quis – como acontece geralmente quando o poder cai nas mãos dos doutrinários – que tanto uns quanto os outros fizessem o contrário do que a doutrina de sua escola respectiva prescrevia. (…)  Por isso a Comuna foi a tumba da escola proudhoniana do socialismo (…) Essa escola desapareceu dos meios operários franceses e a teoria de Marx predomina sem discussão”. (Engels, Introdução. A Guerra Civil na França)

Em Guerra Civil na França Marx definiu com aguda clareza o papel destes elementos oportunistas no movimento operário, demonstrando que o movimento operário revolucionário em seu desenvolvimento contraditório e como resultado direto de sua ação, acumula o que Engels chamará de “colossal monte de lixo” que necessita ser varrido:

“Em todas as revoluções ao lado dos verdadeiros revolucionários, figuram homens de outra natureza. Alguns deles, sobreviventes de revoluções passadas, que conservam sua devoção por elas, sem visão do movimento atual; porém donos todavia de sua influência sobre o povo, por sua reconhecida honradez e valentia, ou simplesmente pela força da tradição; outros, simples charlatães que, a força de repetir ano após ano as mesmas declarações estereotipadas contra o governo do dia, obtiveram por contrabando uma reputação de revolucionários de pura cepa. Depois do 18 de março saíram também à superfície homens destes, e em alguns casos lograram desempenhar papeis proeminentes. Na medida em que seu poder o permitia, entorpeceram a verdadeira ação da classe operária, o mesmo que outros de sua espécie entorpeceram o desenvolvimento de todas as revoluções anteriores. Constituem um mal inevitável; com o tempo se lhes quita os meios, porém a Comuna não pôde dispôr de tempo”.(p.86 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Caráter internacionalista

A Comuna, em correspondência com seu caráter de classe proletário, demarcou  desde o princípio seu caráter internacionalista, pois a “bandeira da Comuna é a bandeira da República Mundial”(p.8).  Em meio ao cerco prussiano, “nomeou um operário alemão como Ministro do Trabalho (…) a Comuna honrou aos  heroicos filhos da Polônia, colocando-os à cabeça dos defensores de Paris (…) e para marcar nitidamente a nova era histórica, que conscientemente inaugurava, a Comuna, ante aos olhos dos vencedores prussianos, de uma parte e do exército bonapartista por outro, pôs abaixo aquele símbolo gigantesco da glória guerreira que era a Coluna Vendome[1]”.

Marx sintetizou assim o dever internacionalista cumprido na Comuna: “A Comuna concedeu a todos os estrangeiros a honra de morrer por uma causa imortal” (p.82 sublinhado nosso)

O heroísmo revolucionário

Em uma carta a Kugelmann, ainda quando os combates se desenvolviam em Paris, Marx destacou o papel do heroísmo e vontade inquebrantável dos comunardos, “que iniciativa histórica, que capacidade de autossacrifício demonstram estes parisienses!”, afirmando que essas refletiam “a grandeza da causa” e que graças as mesmas, a moral da classe foi elevada:

Os canalhas burgueses de Versalhes (…) plantearam ante aos parisienses a alternativa: aceitar o desafio o entregar-se sem luta. A desmoralização da classe operária neste último caso teria sido uma desgraça muito maior que o perecimento de qualquer número de ‘líderes’”. (sublinhado nosso)

Com isso Marx nos ensinou que não podermos permitir que a moral da classe seja machada, não importa quantos líderes caiam e que um alto preço tenha que ser pago. Essa preciosa lição nos serve para aplastar o novo revisionismo e sua sinistra política de acordos de paz e capitulação, ensinando que para “assaltar os céus” e fazer a revolução é preciso estar disposto a  pagar a cota, que somente “quem não teme ser cortado em mil pedaços, desafia o imperador”.

Continuando, Marx estabeleceu o grande papel histórico da Comuna para a Revolução Mundial. Afirmou que por ter “assaltado os céus” audaz e heroicamente a Comuna havia feito a Revolução Mundial entrar em uma “nova fase”, ou seja, com ela o proletariado inicia seu processo de luta pelo poder, entrando na etapa de defensiva estratégica[2], afirma que “Graças à Comuna de Paris, a luta da classe operária contra a classe dos capitalistas e contra o Estado que representa os interesses desta entrou em uma nova fase. Seja qual for o desenlace imediato dessa vez, se conquistou um novo ponto de partida que tem importância para a história de todo mundo”[3]. (sublinhado nosso)

A Violência Revolucionária

A Comuna afirmou a necessidade da violência revolucionária e mostrou a força da guerra civil, estabelecendo a comprovação prática do princípio marxista segundo o qual o poder nasce do fuzil” e que “sem um exército popular, o povo nada terá[4]. O “fantasma que rondava a Europa”, havia se convertido em uma ameaça real.

Engels em sua Introdução, tomando a experiência da luta revolucionária do proletariado francês, afirmou que “o desarmamento dos operários era o primeiro mandamento dos burgueses que se encontravam no timão do Estado. Daí que depois de cada revolução vencida pelos operários, estala uma nova luta, que termina com a derrota destes. (p.3 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Marx demonstrou que o cerne da política contrarrevolucionária de Thiers para conjurar e derrotar a revolução era tentar promover o desarmamento das massas, “Paris armada era o único obstaculo sério a que se alçava no caminho da conspiração contrarrevolucionária”(p.56 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx), reafirmando o princípio da violência revolucionária afirmou: “Paris armada era a revolução armada”.

Lenin ressaltou sua importância para afirmar a guerra civil como caminho para a tomada do poder, ao afirmar que “O proletariado russo recorreu ao mesmo método de luta o qual a Comuna de Paris foi a primeira a utilizar: a guerra civil. (…) o proletariado francês o demonstrou pela primeira vez na Comuna e o proletariado russo deu uma brilhante confirmação[5].

A ditadura do proletariado

Em sua genial síntese teórica da experiência da Comuna de Paris, A Guerra Civil na França, Karl Marx considerava que o principal mérito dos comunardos consistia em que haviam tentado, pela primeira vez na história criar um Estado proletário. Todas as revoluções anteriores não haviam ido além do simples rearranjo entre as classes dominantes.

Limitavam-se a mudar uma forma de exploração por outra e, em vez de demolir a velha máquina estatal, restringiam-se a fazê-la passar de umas mãos para outras. Porém, a classe operária, dizia Marx, não poderia simplesmente tomar posse da máquina estatal existente e pô-la em funcionamento para seus próprios objetivos.

Em sua carta a Kugelmann de 12 de abril de 1871, Karl Marx destacou o que a Comuna de Paris havia aportado de novo aos princípios da luta revolucionária: “Se olhares o último capítulo de meu O 18 de brumário, constatarás que considero que o próximo experimento da Revolução Francesa consistirá não mais em transferir a maquinaria burocrático-militar de uma mão para outra, como foi feito até então, mas sim em quebrá-la e que esta é a precondição de toda revolução popular efetiva no continente”.

A Comuna não somente demonstrou na prática a justeza da importantíssima tese formulada por Marx em sua obra O 18 Brumário de Luís Bonaparte que afirma a necessidade de destruir previamente a velha máquina estatal, o velho poder, mas predicou a necessidade de construir um novo poder em seu lugar, erguendo uma organização política de novo tipo, chamada a substituir tal máquina.

Engels diz, em sua Introdução, que “a Comuna teve que reconhecer desde o primeiro momento que a classe operária, ao chegar ao Poder, não pode seguir governando com a velha máquina de Estado; que para não perder de novo sua dominação recém conquistada, a classe operária tem que varrer toda a velha máquina repressiva utilizada até então contra ela”. (p.15 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Engels categoricamente sintetizou a experiência da Comuna como a expressão mais avançada da ditadura do proletariado até então:

“E eis que o filisteu socialdemocrata foi novamente tomado de um saudável terror com as palavras: ditadura do proletariado. Pois bem, senhores, quereis saber como é esta ditadura? Olhai para a Comuna de Paris. Tal foi a ditadura do proletariado.” (p.18 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Marx e Engels consideraram tão importante essa conclusão, que introduziram-na como única modificação essencial no documento programático do proletariado, o Manifesto do Partido Comunista, por meio do prefácio de 1872.

Lenin destaca que estas palavras: “destruir a máquina burocrático-militar do Estado”, encerra concisamente o ensinamento fundamental do marxismo no ponto sobre a questão das tarefas da revolução com respeito ao Estado. (Lenin, O Estado e a Revolução)(sublinhado nosso). A Comuna estabeleceu, a necessidade de destruir previamente o velho estado, para construir em seu lugar um novo, que sirva aos seus próprios fins, a ditadura do proletariado.

Marx nos demonstra que “o poder estatal centralizado, com seus órgãos onipresentes: o exército permanente, a polícia, a burocracia, o clero e a magistratura – órgãos criados de acordo com um plano de divisão sistemática e hierárquica de trabalho vem dos tempos da monarquia absoluta e serviu a nascente sociedade burguesa como uma arma poderosa em suas lutas contra o feudalismo(…) por outra parte seu caráter político mudava simultaneamente com as mudanças econômicas operadas na sociedade. Ao passo, que se desenvolviam os progressos da indústria moderna, se ampliava e aprofundava o antagonismo de classe entre capital e trabalho, de força pública organizada para a escravização social, da máquina para o despotismo de classe. Depois de cada revolução que marca um passo adiante na luta de classes, se denuncia com traços cada vez mais destacados o caráter puramente repressivos do Poder de Estado. (p.68 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx) (sublinhado nosso )

Ao analisar o desenvolvimento da luta de classes na França, especialmente desde 1830, Marx desenvolveu os fundamentos da compreensão marxista do Estado. Marx demonstrou que o Estado burguês como resultado de sua própria natureza de classe e do crescente antagonismo de classes na sociedade, desenvolve-se através de um crescente processo de reacionarização, que se manifesta na tendência ao absolutismo do executivo sobre o poder legislativo, como expressão da falência do parlamentarismo burgues (alma da democracia burguesa):

“Ante o ameaçante alçamento do proletariado, serviram-se do Poder estatal, sem piedade e com ostentação, como de uma máquina nacional de guerra do capital contra o trabalho. Porém essa cruzada ininterrupta contra as massas produtoras, lhes obrigava, não só a revestir ao Poder Executivo de faculdades de repressão cada vez maiores, mas ao mesmo tempo, despir seu próprio baluarte parlamentar – a Assembleia Nacional – de todos os meios de defesa contra o Poder Executivo, um por um, até que esse, na pessoa de Luis Bonaparte, lhe deu um pontapé”. (p.70 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx) (sublinhado nosso)

Marx nos aponta que o Segundo Império era a “única forma de governo no momento em que a burguesia perdeu a faculdade de governar e que a classe operária não a havia adquirido ainda” e que, portanto, a única forma de oposição consequente ao Segundo Império – enquanto forma degenerada e superior da democracia burguesa – era varrer com a própria dominação de classe e sua velha maquinaria burocrática,  ao invés de “decidir uma vez a cada três ou seis anos que membros da classe dominante vão violar o povo no parlamento”, portanto “a antítese mais direta do Império era a Comuna”(p.71 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx). Assim, a Comuna não seria um órgão parlamentar, mas uma corporação de trabalho, executiva e legislativa ao mesmo tempo.

Lenin apontou que a Comuna foi um brilhante exemplo de como o proletariado “sabe cumprir unânime as tarefas democráticas que a burguesia só sabia proclamar” (Lenin, Ensinamentos da Comuna). Ao analisar as medidas sociais e econômicas adotadas pelos trabalhadores parisienses em A Guerra Civil na França, Marx destacava a ideia de que, por mais tímidas que houvessem sido essas medidas, sua tendência principal era a expropriação dos expropriadores:

“A Comuna era formada por conselheiros municipais, escolhidos por sufrágio universal nos diversos distritos da cidade, responsáveis e com mandatos revogáveis a qualquer momento. A maioria de seus membros era naturalmente formada de operários ou representantes incontestáveis da classe operária. A Comuna devia ser não um corpo parlamentar, mas um órgão de trabalho, Executivo e Legislativo ao mesmo tempo. Em vez de continuar a ser o agente do governo central, a polícia foi imediatamente despojada de seus atributos políticos e convertida em agente da Comuna, responsável e substituível a qualquer momento. O mesmo se fez em relação aos funcionários de todos os outros ramos da administração. Dos membros da Comuna até os postos inferiores, o serviço público tinha de ser remunerado com salários de operários. Os direitos adquiridos e as despesas de representação dos altos dignitários do Estado desapareceram com os próprios altos dignitários.” (A Guerra Civil na França, 1871, Marx).

Marx destacou como a Comuna, ainda que em sua curta duração, pôde tomar medidas importantes: tomou medidas para “destruir a força espiritual da repressão”, o “poder dos padres”, decretando a separação da Igreja e do Estado e a expropriação de todas as Igrejas como corporações possuidoras. Todas as instituições de ensino foram abertas gratuitamente ao povo e ao mesmo tempo emancipadas de toda intromissão da Igreja. Os funcionários do judiciário deviam perder “aquela fingida independência” e assim como outros funcionários públicos deveriam ser funcionários eletivos, responsáveis e revogáveis. Entretanto, a Comuna, por sua curta duração e pelas insuficiências de sua direção, não pôde desenvolver mais a forma que deveria se revestir essa nova forma de Estado e governo, tarefa que somente pôde cumprir-se com a Grande Revolução Socialista de Outubro.

Como resultado da experiência da Comuna de Paris a doutrina científica do proletariado foi enriquecida com a lição de que a máquina do Estado deve ser destruída, com todos os seus apêndices e, em seu lugar, erigida uma nova, a ditadura proletariado. E veio para primeiro plano a questão teórica de que não basta somente tomar o Poder, mas trata-se de destruir toda a velha mauinaria burocrática-militar, erigir uma nova organização estatal correspondente ao novo Poder e, sobretudo mantê-lo e consolidá-lo.

Lições históricas para o proletariado

No momento em que a Comuna de Paris ainda estava lutando Marx soube ver sua importância histórica, expondo seus erros fundamentais e tirando conclusões de suma transcendência para a teoria e tática revolucionária do proletariado.

Sobretudo a Comuna confirma a conclusão de que em toda a experiência histórica das lutas do proletariado e das massas populares, para o triunfo ou derrota da revolução proletária, o fator decisivo tem sido o Partido Comunista e o a condição de que nele prevaleça uma linha ideológico-política correta ou errônea.

Karl Marx nos mostrou que foi, sobretudo na ausência do partido revolucionário único do proletariado e de sua direção absoluta, assim como que na falta de compreensão da necessária ditadura de classe revolucionária, em todos os terrenos, sobre a burguesia e demais classes exploradoras derrubadas do Poder, que se encontravam as causas principais de sua derrota.

Durante sua troca de correspondências com Kugelmann, em 12 de abril de 1871, Marx apontou os erros fatais dos comunardos: 1) Devia-se haver empreendido imediatamente a ofensiva contra Versalhes, enquanto o inimigo estava em pânico e não havia tido tempo de concentrar suas forças. Essa ocasião deixou-se escapar; 2) O Comitê Central renunciou rápido demais aos seus poderes para ceder lugar à Comuna.

Marx apontou, um erro decisivo do Comitê Central, precisamente na “sua repugnância em aceitar a Guerra Civil (…) em não marchar imediatamente sobre Versalhes”, o que significava desenvolver decididamente a Guerra Civil revolucionária e levar a revolução a todo país. Ao invés de coroar sua vitória em Paris, desenvolvendo uma resoluta ofensiva sobre Versalhes a Comuna demorou, dando tempo para que Versalhes se preparasse, reunindo forças para a ofensiva sangrenta de maio.

Engels afirmou que as jornadas de junho de 1848, quando depois da derrota do proletariado a burguesia havia promovido um odioso banho de sangue contra prisioneiros indefesos, não tinha sido mais do que uma “brincadeira de crianças”, comparado ao frenesi sangrento da burguesia em 1871, que levou ao fuzilamento de mais de 30.000 pessoas. Esse terrível banho de sangue fizera com que o proletariado, que até então só havia conhecido a burguesia como força revolucionária, a conhecesse pela primeira vez unida em sua sanha reacionária na contrarrevolução.

“O fato sem precedente, de que depois da guerra mais tremenda dos tempos modernos, o exército vencedor e o vencido confraternizem na matança comum do proletariado, não representa, como crê Bismarck, o aplastamento definitivo da nova sociedade que avança, mas o desmoronamento completo da sociedade burguesa” (p.103 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Lenin, sintetizando Marx, nos apontou dois erros fundamentais no balanço da Comuna. O primeiro deles, de caráter político, é que o proletariado se deteve “na metade do caminho”, não iniciando a “expropriação dos expropriadores”, não se apropriou de instituições como por exemplo o Banco da França, que incrivelmente não foi tocado. A segunda de caráter ideológico: a magnanimidade do proletariado ante o inimigo e a indulgência ante suas ações criminosas.

Enquanto Versalhes promovia o terror branco contra a Comuna, com o assassinato de membros Guarda Nacional desarmados, fuzilamentos de prisioneiros de guerra e civis desarmados, o Comitê Central vacilava em responder medida por medida, em opor o “terror vermelho” ao “terror branco”: “Esta indulgência do Comitê Central, essa magnanimidade dos operários armados que contrastavam tão abertamente com os hábitos do ‘Partido da Ordem’”. (p.62 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)

Somente no dia 7 de abril, quando a Comuna publicou decreto ordenando represálias e declarando que era “seu dever para proteger Paris contra as façanhas canibalescas dos bandidos de Versalhes, exigindo olho por olho, dente por dente”, que os fuzilamentos de prisioneiros cessaram temporariamente. Todavia, quando Versalhes constatou que o decreto era apenas uma “ameaça inócua”, e que “se respeitava a vida até de seus gendarmes espiões detidos em Paris sob o disfarce de guardas nacionais e até aos sergents de ville detidos com bombas incendiárias, então os fuzilamentos de prisioneiros foram retomados e prosseguiram até o final”. (p.66 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx).

Com esses preciosos ensinamentos Marx nos aportou uma lição de grande importância e transcendência para o proletariado internacional: não ser magnânimos com o inimigo de classe, não ser indulgentes com a contrarrevolução. (sublinhado nosso)

Afirmação definitiva do marxismo no movimento operário

A Guerra Civil na França, importantíssimo documento político da Internacional, muniu o proletariado internacional com a experiência da Comuna e foi uma brilhante demonstração da vitória ideológica do marxismo sobre todas as variantes do socialismo pré-marxista. “No final do primeiro período (1848-1871), período de tempestades e revoluções, morre (grifo do autor) o socialismo pré-marxista.”. (Lenin, Vicissitudes históricas da doutrina de Karl Marx). Essa genial síntese da experiência da Comuna teve particular importância na luta contra os ideólogos da pequena burguesia que negavam a necessidade da ditadura do proletariado.

Conforme ressaltou Lenin em O Estado e a Revolução: “Muito embora o movimento revolucionário das massas falhasse ao seu objetivo, Marx viu nele uma experiência histórica de enorme importância, um passo para a frente na revolução proletária universal, uma tentativa prática mais importante do que centenas de programas e argumentos. Analisar essa experiência, colher nela lições de tática e submeter à prova a sua teoria, eis a tarefa que Marx se impôs.”

Na Conferência de Londres de 1871, referindo-se à Comuna de Paris, Marx e Engels demonstraram o quão funesto seria renunciar à luta política e fizeram ver a necessidade de formar um partido operário revolucionário que seria a força dirigente do proletariado em sua luta pelo socialismo. Como resultado da Conferência, essa aprovou uma resolução sobre a luta política da classe operária, sublinhando que o proletariado não poderia atuar como classe contra o poder coletivo das classes possuidoras se não organizasse seu próprio partido político, necessário para assegurar o triunfo da revolução social e alcançar sua meta: a supressão das classes.

Contrapondo às maquinações que os anarquistas faziam para minar a disciplina da Internacional e de converter o Conselho Geral em um simples organismo de caráter informativo, a Conferência deixou bem claro em várias resoluções que o Conselho Geral era, mais do que nunca, o centro ideológico, o Estado Maior do proletariado internacional.

Foi tomando os ensinamentos de Marx sobre a Comuna de Paris que o proletariado russo, sob a direção do Partido Bolchevique e a chefatura de Lenin, triunfou com a Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917, construindo o Poder Soviético, como verdadeiro continuador da Comuna. Os sovietes, foram a forma superior de  organização, através da qual se ergueu a ditadura do proletariado, baseada na aliança operário-camponesa, unindo as massas trabalhadoras e exploradas mais atrasadas e dispersas, com as quais se assegurou a passagem ininterrupta da revolução democrático-burguesa para a revolução socialista.

Quando as massas, guiadas pelo Presidente Mao Tsetung e sob a direção do Partido Comunista tomaram o poder na China, foi a experiência da Comuna tal qual sintetizada por Marx e desenvolvida por Lenin, na forma dos Sovietes que serviu de base para a estruturação da nova sociedade na República Popular da China. Conforme afirmou o Presidente Mao em novembro de 1958:

Qual é a natureza da comuna popular? Esta é a unidade de base da estrutura social chinesa que reúne operários, camponeses, soldados, intelectuais e comerciantes. Atualmente constitui a organização administrativa de base. A comuna popular é a melhor forma de organização para a realização dos dois passos: o passo do socialismo de hoje ao sistema geral da propriedade de todo o povo, e o passo do sistema geral da propriedade de todo o povo para o comunismo. Depois desses passos, a comuna popular constituirá a estrutura de base da sociedade comunista.”

E, mais tarde, durante a Grande Revolução Cultural Proletária (GRCP), o grande e mais alto marco da revolução proletária mundial, foram os Comitês Revolucionários Três em Um, os novos órgãos de Poder que constituíram-se como os continuadores da Comuna.

Originados da tenaz luta impulsionada e dirigida pelo Presidente Mao Tsetung contra a restauração capitalista, os Comitês Revolucionários Três em Um foram um imprescindível instrumento da GRCP, através do qual milhões de massas tomaram em suas mãos os assuntos do Estado, os problemas políticos, militares, culturais, relativos à produção, etc., e derrubaram os representantes da burguesia que haviam se incrustados no Partido, no Exército Popular de Libertação e no Estado, impedindo por 10 anos a restauração capitalista na China.

Conforme afirmou Lenin: “A causa da Comuna é a causa da revolução social, é a causa da completa emancipação política e econômica dos trabalhadores, é a causa do proletariado mundial. E nesse sentido é imortal.” Por isso, ao encerrar este artigo, reafirmamos as palavras proféticas de Marx ao concluir A Guerra Civil na França:

“A Paris dos operários, com sua Comuna, será eternamente enaltecida como arauto glorioso de uma nova sociedade. Seus mártires têm seu santuário no coração da classe operária”. (p.105 - A Guerra Civil na França, 1871, Marx)



Notas:
1 – Proudhonistas: nome dado aos seguidores do ideólogo pequeno-burguês Pierre Joseph Proudhon. Não compreendiam o papel histórico e o significado do proletariado, negavam a luta de classes, a revolução proletária, a ditadura do proletariado e, como anarquistas, negavam também, a necessidade do Estado. A luta determinada de Karl Marx e F. Engels e seus partidários contra o proudhonismo terminou com a completa vitória do marxismo na I Internacional.
2 – Blanquistas: adeptos da corrente do movimento socialista francês dirigida por Louis-Auguste Blanqui (1805-1881), representante do comunismo utópico. Os blanquistas negavam a luta de classes e acreditavam que a "humanidade se libertaria da escravatura assalariada graças à conspiração de uma pequena minoria de intelectuais”, conforme bem caracterizado por Lenin. Substituíram a atividade do partido revolucionário pela de um grupo secreto de conspiradores, não tinham em conta a situação concreta necessária para a vitória da insurreição e desprezavam as ligações com as massas.

Referências:
* As notas assinaladas com o número de página correspondem a edição em língua espanhola  La guerra civil em Francia, publicada por Ediciones Lenguas Estrangeras, Pekin.
1 - K. Marx, F. Engels, Cartas Escolhidas, p. 263, Ed. 1953.
2 – Lenin, V.I., O Estado e a Revolução, Obras Escolhidas, Lisboa/Moscou, Editorial Avante/Edições Progresso, t. 2, 1977.
4- V. I. Lenin, Obras, t. 18, p. 545, 4ª ed. em russo.
5 -  K. Marx, A Guerra Civil em França, Editorial Avante,  1984
6 – E. Stepanova, Karl Marx – Esboço biográfico, Edições em Línguas Estrangeiras, Moscou, 1954.


[1]A Coluna Vendome: Monumento erguido entre 1806-1810 na praça Vendome em Paris, para comemorar a vitória de Napoleão I em 1805. O Monumento foi demolido em 16 de maio de 1871 por decisão da Comuna de Paris.
[2]: O presidente Gonzalo nos planteia que o processo da revolução mundial de varrimento do imperialismo e a reação da face da terra há três momentos: 1º Defensiva estratégica; 2º Equilíbrio estratégico; e 3º Ofensiva estratégica da revolução mundial. Isto o faz, aplicando a lei da contradição à revolução, pois a contradição rege tudo e toda contradição tem dois aspectos em luta,e neste caso revolução e contrarrevolução. A defensiva estratégica da revolução mundial oposta a ofensiva da contrarrevolução arranca desde de 1871 com a Comuna de Paris e termina na II Guerra Mundial; o equilíbrio estratégico se dá entorno do triunfo da revolução na China, a Grande Revolução Cultural Proletária e o desenvolvimento do poderoso movimento de libertação; posteriormente a revolução entra na ofensiva estratégica, esse momento pode ser situado em torno de 1980, em que vemos os sinais com a Guerra Irã-Iraque, Afeganistão, Nicarágua, o início da guerra popular no Peru, época inscrita nos “próximos 50 a 100 anos”, daí para adiante se desenvolverá a contradição entre capitalismo e socialismo cuja solução nos levará ao comunismo (Partido Comunista do Peru Primeiro Congresso- Linha Internacional. 1988)
[3]Carta de Marx a Kugelmann de 17 de abril de 1871.
[4]Mao Tsetung. O Livro Vermelho. Edições Seara Vermelha, 2016.
[5]Lenin. Ensinamentos da Comuna.

lunes, 26 de marzo de 2018

GALIZA: Concentracións hoxe en apoio ao pobo catalan.


CATALUNYA: Crece la represión, crece la movilización popular

Catalunya: Barra libre de cárcel y porras

x Barrios al Poder/La Haine

Todos pensaban que el estado español no sería capaz. Todos menos la izquierda catalana más combativa. Todos menos la izquierda vasca, que señaló que había que preparar una nueva dirección política debido a que la actual sería detenida y encarcelada. Dicho y hecho. Saben más por viejos que por diablos.
El estado español ha lanzado una nueva ofensiva. 5 nuevos dirigentes políticos independentistas encarcelados, Puigdemont detenido, nueva euroorden contra los exiliados. La solidaridad institucional europea no llega, lo que llega es silencio, por eso Puigdemont se la ha jugado saliendo de Bélgica para extender la causa catalana por diferentes países.
Decenas de miles de personas han salido a la calle a protestar, a pedir huelga general, cortar vías por toda Catalunya y resistir las cargas de la policía cómplice. Impacta ver a un pueblo que tiene el coraje de no retroceder frente a un bloque de antidisturbios blandiendo sus porras y causando cerca de un centenar de heridos. Y sin embargo el estado español está aplicando una política de guerra: atacar a los líderes para debilitar a las bases. No es poca cosa, los movimientos disidentes no son infinitos.
Por su parte, menos mal que Xavier Domènech (En Comú Podem) ha abierto la puerta a una alianza antirrepresiva porque aquí el mirar para otro lado y hablar de que "el tema catalán sirve para tapar la corrupción de PP" ya empieza a desgastarse. Por supuesto que a nivel mediático la represión a Catalunya tapa la corrupción del PP, pero queremos saber qué pasa con la represión a Catalunya. Porque hasta ahora el Partido Popular está aplicando la ley del martillo de hierro a coste cero. Pierde votos frente a Ciudadanos en las encuestas pero no por su política dictatorial en Catalunya sino porque sigue hundiéndose en el pozo negro de la corrupción. Y mientras tanto sus votantes derechistas empiezan a inclinarse hacia Albert Rivera, salivan y aplauden su poca vergüenza de llamar "golpistas" a los independentistas encarcelados.
Permitir esta represión sin precedentes a coste cero sería un mal precedente para Unidos Podemos. Ya sabemos que defender al independentismo no vende en España, bien lo sabe el PSOE que ni se inmuta ni se despeina a la hora de apoyar el 155. Pero es lo que hay. El mensaje del imperialismo español es evidente: se puede ser independentista. Se puede ser anticapitalista, animalista y comunista, y muchos más istas. Pero no hay ni habrá nunca cambio social.




Texto completo en: https://www.lahaine.org/catalunya-barra-libre-de-carcel

Argentina. 24 de marzo… ¿y la Triple A?



Argentina. 24 de marzo… ¿y la Triple A?

Por Rolando Astarita


Los 24 de marzo se han convertido en jornadas de movilización por las luchas en curso, de defensa de libertades democráticas y denuncia de los gobiernos y partidos políticos que desde 1983 han asegurado la impunidad del aparato represivo de la dictadura. En este último respecto se han denunciado, entre otras, las leyes de Punto Final y Obediencia Debida de Alfonsín; los indultos de Menem; la designación de Milani al frente del Ejército; o los intentos del actual gobierno de salvar a los genocidas (por ejemplo, aplicando el 2 x 1). Pero también es fundamental mantener la memoria de lo que fue la dictadura.
Sin embargo, existe un tema que apenas se menciona en las recordaciones, a saber, los asesinatos, secuestros y torturas a militantes de izquierda y populares, perpetrados por la Triple A, grupos parapoliciales y fuerzas represivas. En particular, pocas veces se habla (a excepción de la izquierda revolucionaria) de la responsabilidad de Perón, y de Isabel Perón, en estos hechos. Por ejemplo, el Encuentro Memoria, Verdad y Justicia, en sus documentos publicados en ocasión de los 24 de marzo entre 2011 y 2017, rutinariamente repite: “Denunciamos también los crímenes contra el pueblo que comenzaron a ensayarse antes del golpe, en el Operativo Independencia de Tucumán y en el accionar de la Triple A y demás bandas fascistas en todo el país”. Eso es todo. ¿Y la responsabilidad de los gobiernos de Perón y de Isabel Perón en el surgimiento y accionar de esas bandas? ¿Y la denuncia por la impunidad que garantizaron a los asesinos de la Triple A, y sus mentores, los gobiernos desde Alfonsín a la fecha? Nada, ni palabra.
La realidad, sin embargo, es que solo los asesinados por los grupos parapoliciales, o la Triple A, entre 1973 y marzo de 1976, que han sido registrados, suman 683 (véase http://www.desaparecidos.org/arg/victimas/listas/aaa.pdf).
Pero algunas estimaciones elevan la cifra total de asesinados a unos 900 compañeros. Según el Anexo del Nunca Más, edición 30 aniversario del golpe militar, hubo más de 1100 casos de desapariciones forzadas de personas y ejecuciones sumarias entre 1973 y marzo de 1976. Agreguemos que un ensayo general de represión por izquierda ocurrió en Ezeiza, el 20 de junio de 1973, cuando Perón volvió por segunda vez al país. CNU (Concentración Nacional Universitaria), Comando de Organización, la guardia militar de Osinde y elementos de la Juventud Sindical asesinaron a una cantidad no especificada de militantes de la Juventud Peronista. Oficialmente se reconocen 13 muertos y 356 heridos, aunque las cifras podrían ser mucho más elevadas. Pero nunca se hizo una investigación oficial de esta masacre.
Más en general, la historia “oficial” nos dice que Perón retornó para unir pacíficamente a los argentinos, y que la Triple A fue una creación exclusiva de López Rega, posterior a la muerte del líder. Pero lo cierto es que bajo su gobierno se desarrolló una intensa represión parapolicial, y hubo 63 asesinatos de militantes de izquierda y populares. Sergio Bufano hizo una cronología, incompleta, de ataques por parte de grupos parapoliciales que puede consultarse en Lucha Armada en la Argentina, N° 3, 2005, http://www.elortiba.org/old/pdf/Sergio_Bufano_Peron_y_la_Triple_A.pdf. Escribe: “Si la memoria requiere de insumos precisos, la siguiente cronología contribuye a registrar la violencia paraestatal producida durante la gestiones de Lastiri y de Perón. La lista fue elaborada por el Latin American Studies Association y publicada por la Universidad Nacional Autónoma de México en 1978. Es incompleta y sólo se registraron algunos de los atentados dirigidos contra los grupos de izquierda, particularmente las organizaciones de base del peronismo vinculado a la organización Montoneros. La lista culmina un día después de la muerte del Presidente Perón”.
Otro dato significativo: bajo el gobierno de Perón se editaba la revista El Caudillo, dirigida por Felipe Romeo, cuyo lema era “el mejor enemigo es el enemigo muerto”. El Caudillo recibía incontables fondos del Ministerio de Bienestar Social, y claramente era el vocero de los grupos fascistas y parapoliciales. Jamás Perón puso algún reparo; tampoco Isabel.
Después de la muerte de Perón los crímenes de la Triple A se multiplicaron. Según Inés Izaguirre, “a partir de su muerte y hasta el final del período constitucional, las bajas se multiplican por 25: los muertos por 17; los desaparecidos por 49” (“El mapa social del genocidio”, en Lucha de clases, guerra civil y genocidio en Argentina, 1973-1983, p. 94). Durante todo este período los ataques al clasismo estuvieron en el primer plano, no solo por parte de la Triple A, sino también de las patotas de la burocracia.
Además, es un hecho que los principales miembros de la Triple A fueron nombrados por decreto, por Perón: Rodolfo Almirón y Juan Ramón Morales habían sido dados de baja en la Policía Federal (acusados de ilícitos con drogas) y fueron reincorporados y ascendidos. También los comisarios Alberto Villar y Luis Margaride fueron elevados a jefe y subjefe, respectivamente, de la Federal. Villar y Margaride fueron principales organizadores de la Triple A. Osinde y López Rega también fueron ascendidos por Perón.
Otro hecho significativo bajo la presidencia de Perón fue el llamado “Navarrazo”: el 28 de enero de 1974 el teniente coronel Antonio Domingo Navarro asaltó a mano armada a la casa de gobierno de Córdoba, apresó al gobernador Obregón Cano, al vicegobernador Atilio López y a todos los ministros, quienes permanecieron secuestrados. Hubo muertos y heridos, y el gobierno provincial fue depuesto. Sin embargo, Perón no condenó el golpe ni repuso a las autoridades, y Navarro fue premiado con el consulado argentino en Barcelona. Pero este solo fue el punto más alto del ataque a gobernadores izquierdistas. Izaguirre escribe:
“En realidad, desde la obligada renuncia de Cámpora, ya estaba planteada la ofensiva contra los gobernadores más afines a la izquierda peronista. Todos ellos eran viejos peronistas reconocidos por su lealtad a Perón, que habían sido permeables a la incorporación de miembros radicalizados del peronismo, en especial de la JP. Todos habían sido electos en las elecciones del 11 de marzo de 1973 y eran cuadros políticos reconocidos en sus provincias. El papel de la CGT fue decisivo en la caída de estos gobernadores –Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Cruz y Salta– pero también hubo denuncias y “depuraciones” en otras gobernaciones” (p. 92).
Agreguemos la postura de Perón ante gobiernos de derecha en América Latina. Cuando el golpe contra Allende, el gobierno de Lastiri reconoció inmediatamente a la dictadura de Pinochet, y hubo maltrato a refugiados que llegaban a Ezeiza. Perón no abrió la boca. En mayo de 1974 Perón recibió a Pinochet y le dio su apoyo. Según Eduardo Luis Duhalde este encuentro, lejos de ser protocolar, fue un antecedente del plan Cóndor. En las Naciones Unidas Argentina fue uno de los pocos países que rechazaron proyectos de condena a la violación de los derechos humanos en Chile en las Asambleas Generales de 1974 y 1975. El 30 de septiembre fue asesinado en Buenos Aires el general chileno Carlos Prats, refugiado en Argentina. En 1975 el gobierno de Isabel condecoró a Pinochet con la Gran Cruz de la Orden de Mayo al Mérito Militar. Por otra parte, el gobierno de Perón también tuvo una actitud de colaboración con la dictadura de Stroessner, de Paraguay; con la de Bordaberry, de Uruguay; y de Banzer, de Bolivia. El sistema Cóndor nació a fines de 1975, con activa participación argentina.
Todas estas cuestiones deberían entrar en los ejercicios de la Memoria, y en los reclamos de justicia y castigo de los genocidas. Sin embargo, amplios sectores del progresismo bienpensante evitan ahondar en esta historia, y en especial en las responsabilidades de Perón. Además, cuando se planteó, hace unos años, investigar su participación en la creación de la Triple A, la dirigencia sindical puso el veto: “no jodan con Perón”. Desde entonces el tema se ha convertido en absoluto tabú. Por eso, cuando en los documentos ad usum se menciona el terrorismo de derecha previo al golpe, no se menta siquiera lo que hicieron los gobiernos peronistas, entre 1973 y 1976, amparando ese terrorismo. O sea, se trata de “Memoria” en dosis limitadas. De ahí que, frente a tanta hipocresía (¿no les da un poquito de náuseas?), necesitamos contar esta vieja historia. Hay que decirlo con todas las letras: cuando volvió al país Perón se rodeó de un montón de fachos asesinos con el fin de atacar y aniquilar a la vanguardia obrera y a la izquierda. Lo cual no impidió que el Partido Comunista y la izquierda nacional y popular votaran, en 1973, alegremente por Perón. Esto es, por el equipo conformado por los López Rega, Lastiri, Osinde, Lorenzo Miguel, Norma Kennedy, Yessi, Villar, Victorio Calabró, Brito Lima, Giovenco y similares. Más, por supuesto, Isabelita. Todo con el cuento de la “liberación nacional”. ¿Será por esto que se sigue tapando toda esta inmundicia? ¿O es que estos recuerdos echan demasiado vinagre en el menjunje de la unidad patriótica?
En cualquier caso, el tema es ineludible a la hora de hablar de los antecedentes que pavimentaron el camino al golpe de 1976.
Rolando Astarita
Veterano militante de la izquierda alternativa argentina, es profesor de economía en la Universidad de Buenos Aires.

domingo, 25 de marzo de 2018

Constructivismo ruso. Un articulo de Laura Prieto Fernández.

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Constructivismo ruso
Laura Prieto Fernández

El término de constructivismo ruso hace referencia a un movimiento artístico, especialmente pictórico y arquitectónico, que surgió en Rusia en torno a 1914 y que realmente adquirió importancia algunos años después tras la Revolución bolchevique de 1917.
Quizás sea el constructivismo ruso la vanguardia artística desarrollada en el siglo XX que más paralelamente se ha vinculado a las corrientes políticas de un país; por aquellos años Rusia quedó devastada tras su paso por la Primera Guerra Mundial, la situación interna del país cada vez se tornaba más revolucionaria y paulatinamente se va fraguando un movimiento proletario que acabará tomando el poder.
Pese a que en su origen el término constructivista fue una connotación despectiva usada por el artista Kasimir Malévich para hacer referencia a la pintura de Rodchenko, pronto se creó en torno al mismo vocablo un conjunto de movimientos artísticos muy distantes geográficamente entre sí, por ejemplo el referido como constructivismo holandés o neoplasticismo.
Por su parte en la URSS el propio gobierno bolchevique impulsó el nuevo estilo a través del Narkompros, se estableció como centro del movimiento constructivista la Escuela de Arte y Diseño de Vjutemas en detrimento de la tradicional escuela de Bellas Artes establecida en Moscú.
La plástica es sencilla con formas simples y bien definidas, ciertos ecos estilísticos parecen remitir a la vanguardia futurista con una plástica tan simplicista que la abstracción se hace patente en cada una de las obras.
Las formas constructivistas están fuertemente vinculadas con la corriente de pensamiento materialista, la supremacía de la clase obrera –la influencia de filósofos como Karl Marx es indiscutible en esta vanguardia- y la apuesta de un artista como constructor y vinculador de arte y materia.
Dentro de los artistas constructivistas destaca sobre todo la figura de Vladimír Tatlin (1885 – 1953), éste se convirtió en muy poco tiempo en la figura más señalada de toda la vanguardia; en su concepción del arte renegaba de las obras confinadas a los museos o grandes centros de arte, para Tatlin la obra debía participar de la sociedad.
Dentro de su floreciente producción destaca la obra arquitectónica que debía servir como monumento y sede de la Tercera Internacional. El espacio estaba conformado por distintos volúmenes superpuestos en una potente inclinación: un cubo, una pirámide, una espiral y media esfera formaban el monumento. Cada uno de los elementos geométricos rotaría a un ritmo y velocidad distinta y se dispondrían pantallas exteriores que permitirían conocer las noticias a nivel mundial.

El ambicioso proyecto nunca llegó a realizarse; el estallido de la guerra civil y la posterior caída de Lenin y el régimen bolchevique hizo que semejante proyecto se hiciera impensable para un país sumido en un conflicto bélico. Los materiales resultaban demasiado caros y la estética constructivista quedó marginada con la llegada de Stalin al poder.
Otros artistas constructivistas rusos fueron Anton Pevsner (1884-1962) o Gabo Diem (1890 – 1977) quien a comienzos de la década de los veinte escribió el manifiesto que ponía por escrito los principios estilísticos del constructivismo.

RBC: Comunicado del CC del PCI (maoísta): !La tierra para el que la trabaja y todo el poder para el pueblo!

Comunicado del CC del PCI (maoísta): !La tierra para el que la trabaja y todo el poder para el pueblo!

En plena celebración del 50 aniversario del glorioso levantamiento revolucionario campesino armado de Naxalbari, acaecido en el distrito de Darjeeling, en Bengala, que cambió para siempre la historia de la India, los campesinos de todo el país se están levantando de nuevo en busca de una solución a sus graves problemas. El Comité Central del Partido Comunista de la India (Maoísta) ha hecho un llamamiento a todas las fuerzas revolucionarias y democráticas del país para que se manifiesten en apoyo del movimiento campesino y se sumen a la organización de la poderosa tormenta de la lucha unitaria a nivel nacional de todos los sectores oprimidos frente al gobierno al servicio de la oligarquía hindú y del imperialismo dirigido por Modi, con las consignas:
!La tierra para el que la trabaja!

!Todo el poder para el pueblo!

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PARTIDO COMUNISTA DE LA INDIA (MAOÍSTA)
COMITÉ CENTRAL
16 de junio de 2017
¡VIVA LA CRECIENTE OLA DE AGITACIÓN CAMPESINA EN EL PAÍS! ¡DEMOS TODO NUESTRO APOYO A LOS CAMPESINOS DEL PAÍS EN LUCHA POR SUS JUSTAS REIVINDICACIONES! ¡FORJEMOS UNA SÓLIDA UNIDAD DE TODOS LOS MOVIMIENTOS POPULARES CON EL ACTUAL MOVIMIENTO CAMPESINO! ¡SÓLO LA REVOLUCIÓN ARMADA CAMPESINA PUEDE RESOLVER ENTERAMENTE LOS ACUCIANTES PROBLEMAS DEL CAMPESINADO! ¡EL CAMINO DE NAXALBARI ES EL ÚNICO QUE CONDUCE A LA LIBERACIÓN DE LOS CAMPESINOS INDIOS! ¡DIFUNDAMOS CON AUDACIA LAS CONSIGNAS DE LA TIERRA PARA EL QUE LA TRABAJA TODO EL PODER PARA EL PUEBLO!
En plena celebración del quincuagésimo aniversario del glorioso levantamiento revolucionario campesino armado de Naxalbari, acaecido en el distrito de Darjeeling, en Bengala, que cambió para siempre la historia del país, los campesinos se están levantando una vez más en busca de una solución a sus graves problemas. Desde que estallasen en Maharashtra el 1 de junio, las protestas campesinas se han propagado a diferentes zonas de Gujarat, Rajastán y Madhya Pradesh. En el curso de dichas protestas, seis campesinos han muerto por los disparos indiscriminados de la policía. Los gobiernos central y estatales están recurriendo masivamente a otras medidas represivas tales como la imposición del toque de queda, las órdenes de prohibición, las detenciones masivas, el uso de gas lacrimógeno y las cargas policiales, la imputación en montajes policiales y judiciales, el cierre de páginas de internet, etc., y todo ello con la intención de disipar la tormenta en ciernes que representa esta última oleada de protestas del movimiento campesino. Antes, las manifestaciones de los campesinos del Punjab, Tamil Nadu y otros estados habían caído en saco roto. Los intentos de los diversos gobiernos de acallar la voz de los campesinos por medio de la fuerza bruta y del anuncio de medidas engañosas se demostrará inútil a la hora de abordar los problemas más acuciantes del campesinado del país. El Comité Central de nuestro Partido condena en los términos más enérgicos el asesinato el 6 de junio de seis campesinos a manos de la policía de Madhya Pradesh en el distrito de Mandsaur, al igual que las otras formas de represión fascista empleadas contra los manifestantes, al tiempo que exige el castigo de los funcionarios civiles y de la policía responsables, así como de las bandas parapoliciales de la Sangh Parivar [“Familia de organizaciones” en hindi, que agrupa al nacionalismo hindú]. Nuestro Partido hace extensivo su apoyo incondicional a la justa lucha de los campesinos de diversas partes del país y exige a los gobiernos central y estatales que cumplan todas sus reivindicaciones sin demora. Exhortamos a todas las clases y sectores populares a fortalecer este movimiento, bien participando directamente en él, bien mostrándole su solidaridad.
No es ningún secreto que, además de Maharashtra y Madhya Pradesh, los campesinos de estados como Chhattisgarh, Jharkhand, Bihar, Orissa, Bengala Occidental, Uttar Pradesh, Punjab, Haryana, Gujarat, Andhra Pradesh, Telangana, Karnataka, Tamil Nadu, etc., se encuentran igualmente en una situación muy apurada. Los campesinos sin tierra y pobres, que constituyen la inmensa mayoría del campesinado, no sólo padecen la escasez de tierras, sino que se ven obligados a cargar sobre sus espaldas con el fardo insoportable de la explotación y opresión semifeudales. A ello hay añadir el asfixiante dogal de las políticas proimperialistas de los sucesivos gobiernos central y estatales, con independencia del partido que ocupe el poder, que ha hecho que su situación sea aún más precaria. Y no sólo los campesinos pobres, sino incluso los campesinos medios y ricos tienen dificultades para participar, permanecer y sobrevivir en una economía de mercado controlada por algunas grandes corporaciones multinacionales y sus adláteres nacionales, estrechamente vinculados al mercado imperialista mundial. Una gran mayoría de ellos se ve obligada a reducir su consumo a lo más indispensable y a luchar contra la ruina absoluta.
Sin embargo, la explotación y opresión de las masas campesinas indias para servir a las necesidades del imperialismo y a sus valedores nacionales no es nada nuevo. Desde que el país quedó sometido al yugo del colonialismo, los campesinos han pasado por la terrible experiencia de la destrucción de su economía, el empobrecimiento, las estrecheces, el hambre y la muerte. Son ellos quienes han sobrellevado el peso del colonialismo y de sus compinches locales –los grandes terratenientes y los grandes capitalistas compradores– durante más de dos siglos. Para desembarazarse de las cadenas de la sumisión, el campesinado también se levantó, esgrimiendo la fuerza de sus brazos y de sus armas tradicionales, en una serie de rebeliones campesinas. Fueron la fuerza principal en la guerra de independencia de 1857. Sin embargo, cada vez resultaron aplastados con extrema brutalidad. Lucharon con espíritu combativo durante la época de la lucha anticolonial con la aspiración de una vida mejor, pero la dirección del Partido del Congreso les traicionó. Combatieron en la lucha armada en Telangana, en Punnapra-Vayalar y durante el movimiento Tebhaga, pero, de nuevo, fueron traicionados, en esta ocasión por la dirección del reformista PCI. La llamada “independencia” y las posteriores, y supuestas, reformas de la tierra o políticas agrarias de las clases dominantes no tuvieron en cuenta las necesidades de las amplias masas campesinas. Todos los partidos parlamentarios que han llegado al poder central o en los estados, desde el Partido del Congreso de Nehru hasta el actual gobierno de Modi, han hecho grandes promesas a los campesinos pero los han traicionado después de llegar al poder. Los movimientos sociales reformistas dirigidos por gentes como Vinoba Bhabe, Jaiprakash Narayan, Ram Manohar Lohia, etc., también han demostrado ser un fiasco absoluto como solución a los problemas del campesinado.
De modo que las condiciones de vida del campesinado, que dieron lugar a Naxalbari cincuenta años atrás, básicamente no han cambiado. Es más, de hecho han empeorado sobremodo debido al dominio redoblado del imperialismo sobre la economía, la política y la sociedad indias. A partir de la década de los 90 en especial, cuando los gobernantes indios, al capitular a los dictados del Banco Mundial, el FMI y la OMC, comenzaron a abrir todos los sectores de la economía a una explotación imperialista desenfrenada, la crisis de la gran mayoría de los campesinos indios se agudizó. Los efectos negativos de la Revolución Verde, lanzada para contrarrestar la revolución roja, también empezaron a dejarse sentir con más fuerza por aquel entonces, incluso en las regiones con una agricultura relativamente más avanzada. La falta de tierras, por una parte, y, por otra, la crisis de las economías de los campesinos pobres, medios y ricos a consecuencia de las políticas proimperialistas del gobierno, contribuyeron a la oleada de suicidios de campesinos iniciada en las regiones con cultivos comerciales de Andhra Pradesh y Maharashtra en la década de 1990. Tal situación no sólo ha continuado sino que se ha extendido a todos los rincones del país en los últimos dos decenios, lo que demuestra la gravedad de la crisis agraria.
El problema del control monopolístico de las tierras agrícolas por parte de los grandes terratenientes feudales, las grandes corporaciones y el Estado, así como el poder de usureros y prestamistas, se ha acentuado debido al creciente dominio monopolístico del mercado rural por las grandes corporaciones extranjeras y nacionales, que venden semillas, fertilizantes y otros insumos, y compran los productos agrícolas. Se han sucedido protestas y movimientos esporádicos de los campesinos en diferentes partes del país contra esta situación, en particular en aquellas regiones en que la producción agrícola está más estrechamente ligada al mercado. A su vez, las luchas contra los desplazamientos, íntimamente vinculadas a la cuestión de la tierra, se han intensificado en los dos últimos decenios a medida que los campesinos se enfrentaban a los intentos por parte del gobierno y de las empresas privadas de adquirir por la fuerza tierras agrícolas y forestales.  Desde los campesinos del valle de Narmada, en Gujarat, a los de Kalinganagar y Niyamgiri, en Odisha; desde los de Singur, Nandigram y Lalgarh, en Bengala, a los de Surjagarh, en Maharashtra, por todo el país el campesinado está luchando con espíritu combativo contra el gobierno bajo la consigna “Daremos la vida, pero no la tierra” en defensa de su Jal-jangal-zameen-izzat-adhikar [“tierra, agua, bosques, respeto y derechos”, en hindi] y para obligarle a retirar muchos proyectos industriales y de infraestructuras contrarios a los intereses de los campesinos. Como en Jharkhand, los campesinos han estado luchando en Maharashtra y en otros estados en defensa de las disposiciones de la CNTA [“Chhotanagapur Tenancy Act”, en sus siglas en inglés] y la SPTA [“Santhal Paragana Tenancy Act”] o la aplicación de disposiciones constitucionales como la PESA [“Panchayats Extension to Scheduled Areas Act”] o los Programas Quinto y Sexto. En Andhra Pradesh y Telangana, los campesinos luchan contra proyectos destructivos como la presa de Polavaram, mientras que en las Ghats Occidentales de Kerala se oponen a los desplazamientos previstos so pretexto de crear “Reservas de la Biosfera”, etc. En Chhattisgarh y otros estados, luchan por incrementar los precios mínimos garantizados y los precios remunerativos de los productos forestales. Es así como han ido madurando las condiciones para un movimiento campesino en todo el país.
La actual oleada de protestas comenzó el 1 de junio con la huelga indefinida de los campesinos de Maharashtra en demanda de la cancelación de sus préstamos bancarios, siguiendo los pasos de una decisión similar adoptada por el gobierno de Uttar Pradesh. Los campesinos también reclaman toda una serie de reivindicaciones históricas como precios remunerativos para sus productos, préstamos sin interés, insumos gratuitos o subvencionados como agua, electricidad, fertilizantes, etc., aplicación de las recomendaciones de la Comisión Swaminathan (que Modi prometió antes de las últimas elecciones parlamentarias, promesa, sin embargo, de la que se ha desdicho su gobierno, alegando en una reciente declaración jurada ante la Corte Suprema, que es inaplicable), etc. Desde el comienzo del movimiento, los campesinos de Maharashtra se han negado a vender sus productos, han cerrado centros de aprovisionamiento y mercados agrícolas, han bloqueado carreteras, han tirado productos como leche y hortalizas en señal de protesta y han organizado manifestaciones combativas. Es la primera huelga convocada por los campesinos desde hace mucho tiempo en el estado de Maharashtra e incluso en el país. Aunque una parte de los dirigentes decidieron desconvocar la huelga después de mantener conversaciones con el gobierno del BJP de Maharashtra, otro sector se mantuvo firme en su decisión inicial. El movimiento se extendió rápidamente a Gujarat, Rajastán y otras partes de Maharashtra con reivindicaciones similares. Las seguridades dadas por el gobierno de Modi o los gobiernos estatales, el teatrillo político de personajes como el primer ministro de Madhya Pradesh, Shivraj Singh Chauhan, declarándose en huelga de hambre indefinida y llorando lágrimas de cocodrilo por los campesinos, no han dado plena satisfacción a los manifestantes. Es poco probable que el movimiento actual, que es el más amplio desde la puesta en práctica de las políticas de liberalización-privatización-globalización en el país hace un cuarto de siglo, se apacigüe por completo mientras las causas fundamentales del descontento campesino no se resuelvan.
Es cierto que a diferencia de Naxalbari, el movimiento campesino actual carece de una dirección proletaria, una organización unificada, un programa revolucionario o una estrategia y tácticas correctas para llevar a cabo dicho programa. Es por ello que el movimiento inevitablemente adolece de un carácter intermitente y fragmentario, circunscrito a reivindicaciones parciales o económicas y limitado a las formas de lucha planteadas por su dirección actual. Sin embargo, la gravedad de la crisis agrícola, que afecta a más de dos tercios de la población del país, que subsiste de la agricultura, hace del movimiento campesino actual un acontecimiento de enorme significación política. Nadie que se preocupe por el futuro del país y desee su liberación del yugo del imperialismo, el feudalismo y el capitalismo comprador burocrático puede ignorar este movimiento de las amplias masas campesinas en las áreas rurales. Están luchando para que se les escuche y los gobernantes se equivocan si piensan que pueden acallar sus voces con balas o repartiendo unas migajas.
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La historia ha demostrado una y otra vez que en un país agrícola, el campesinado es capaz de enfrentarse y derribar a cualquier poder contrario a sus intereses, si cuenta con la dirección correcta y la estrategia correcta. Su experiencia vital y el fracaso de las protestas pacíficas muestran a los campesinos que no puede haber una solución permanente a sus problemas dentro de los límites del actual sistema. Sólo por el camino de la lucha armada revolucionaria campesina que desbrozó Naxalbari con el fin de dar cima a la revolución nacional y democrática puede el campesinado del país echar abajo las tres montañas del imperialismo, el feudalismo y el capitalismo comprador burocrático, así como resolver sus problemas básicos. Por lo tanto, mientras lucha por sus reivindicaciones económicas inmediatas, el campesinado debe tratar por todos los medios de coordinar e integrar su movimiento con la Guerra Popular Prolongada en curso, basada en la alianza de obreros y campesinos y en la unidad de las cuatro clases oprimidas (obreros, campesinos y media y pequeña burguesía urbana). 
Del mismo modo, la unidad del movimiento campesino con los movimientos que se desarrollan actualmente de todas las clases y sectores sociales oprimidos –obreros, clases medias, pequeños y medianos empresarios y comerciantes, autónomos, parados, dalits, adivasis,  minorías religiosas, nacionalidades oprimidas, mujeres, estudiantes y profesores, intelectuales, artistas, abogados, periodistas y demás trabajadores– es lo que se necesita en este momento. Dicha unidad es necesaria para librar una lucha exitosa contra los gobernantes del país y su representante político más pernicioso, los gobiernos nacional-brahmánico-fascistas del BJP. El Comité Central de nuestro Partido, una vez más, ofrece todo su apoyo a los campesinos en lucha y exige a los gobiernos central y estatales que cumplan todas sus reivindicaciones, renuncien al cobro de todos los préstamos agrícolas y apliquen las recomendaciones de la Comisión Swaminathan sin más demora. Hacemos un llamamiento a todas las fuerzas revolucionarias y democráticas del país para que se manifiesten en apoyo del movimiento campesino y se sumen a la organización de la poderosa tormenta de la lucha unitaria a nivel nacional de todos los sectores oprimidos contra el gobierno de la NDA dirigida por Modi. 
Abhay 
Portavoz,
Comité Central
PCI (Maoísta)
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